O Gre-Nal 427 acontece apenas na noite desta quarta-feira, mas está desde já garantido nas páginas mais importantes da história da rivalidade.
Em 2019, surgiram dois fortes candidatos ao “maior Gre-Nal de todos os tempos” com a possibilidade de os rivais gaúchos encontrarem-se tanto na final da Copa do Brasil quanto nas semifinais da Libertadores. Não deu: em uma, passou apenas o Inter, noutra, só o Grêmio.
Em 2020, os deuses da bola foram bondosos com os expectadores.
Primeiro, colocaram os dois rivais para decidirem a Copa São Paulo de Futebo Juniores.
Depois, colocou o caminho Colorado na Pré-Libertadores para desembocar no grupo do Tricolor. O Inter percorreu, chegou e, enfim, o primeiro Gre-Nal da história da Libertadores acontecia, numa noite de quinta-feira, dia 12/03/2020, na Arena do Grêmio.
Veio a peleja, mais marcante pelas confusões do que pela bola. Placar zerado, e Libertadores oficialmente suspensa pela pandemia do coronavírus.
O reencontro esta quarta-feira (23), no Beira-Rio, mexe diretamente com a vida do Grupo E. Daí vem a grande importância do duelo para mais do que a rivalidade: vencendo, o Inter vai a 10 pontos e deixa o Grêmio com 4 – coloca um pé e três dedos nas oitavas, e ainda salga a vida do time de Renato.
Para o Grêmio, a vitória teria o poder de cancelar toda a sequência letárgica recente do time, dar sobrevida ao elenco, e, principalmente, reencetar a história de amor entre Renato Gaúcho e o clube. No grupo, o time empataria em pontos com o Inter (7 a 7) e os dois liderariam juntos a chave, dependendo apenas de si para confirmarem a classificação.
A partida se iniciará às 21h30. No mesmo horário, jogam América de Cali-COL e Universidad Católica-CHI, na Colômbia. Os dois estão empatados com 3 pontos, nas outras duas posições do grupo. O empate seria o resultado ideal para a dupla Gre-Nal.
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1988 (89): o grande Gre-Nal da história!
Como os confrontos decisivos de 2019 não aconteceram, a partida de amanhã ganha status de “mais importante desde 88”. Foi nessa temporada, há 31 anos, que aconteceu o confronto considerado mais importante da história da rivalidade, ou “Gre-Nal do Século”.
88 ou 89? O duelo foi válido pelas semifinais da Copa União de 1988, mas só aconteceu em fevereiro de 1989. Oficialmente, é contado como 1988.
Os rivais estiveram em grupos diferentes durante a primeira fase, mas teriam possível encontro no chaveamento dos mata-matas. Nas quartas, o Grêmio tinha o Flamengo pela frente, enquanto o Inter encarava o Cruzeiro.
Após empate no Maracanã, o Grêmio fez 1×0 no Olímpico e superou o Fla. Já o Inter ficou no zero dentro de casa, mas superou o Cruzeiro em pleno Mineirão. Estava confirmado o clássico.
Na ida, disputada no Olímpico, os goleiros Taffarel e Mazarópi brilharam e seguraram o 0x0.
O jogo de volta, no Beira-Rio, foi não apenas o maior dos capítulos da rivalidade, mas um dos mais intensos que este país do futebol já nos proporcionou. Deixemos que as imagens digam por mim:
Valia vaga na final da Copa União e para a disputa da Libertadores 89. Num calor de quase 40ºC em Porto Alegre, Marcos Vinícius colocou o Grêmio à frente, que ainda assistiu a expulsão do lateral colorado Casemiro.
No segundo tempo, Abel Braga colocou o Inter na ofensiva, para o tudo ou nada. E foi tudo para o centroavante Nilson. Brilhou forte a estrela do artilheiro da Copa União, que marcou dois gols e foi o herói da alucinante virada colorada.