A partida deste domingo, entre Coritiba e Sport, marcou a estreia dos novos comandantes: Jair Ventura conhecerá o Leão da Ilha. Jorginho reencontrou-se com o Coxa após oito meses.
Claramente, o jogo entre as duas equipes ameaçadas pelo Z4 teria de ser resolvido em detalhes. Não era exatamente a partida que os ‘torcedores do espetáculo’ escolheriam para sua tarde de domingo, mas o duelo urgente e necessário para ambos times.
Jorginho chega ao Alto da Glória
Para falar de Jorginho, temos que voltar aproximados 11 meses. No fim de setembro de 2019, o ex-treinador da Ponte Preta, que era discreta na Série B, foi incumbido de garantir o retorno do Coxa à Série A, substituindo Umberto Louzer, com quem a missão escorregava (6º lugar).
Seu primeiro adversário era logo o time da melhor sequência recente no campeonato. Emplacando 12 jogos sem derrota, o América-MG deixava a lanterna e mudava-se do “contra degola” para o “pelo acesso”.
O Coxa jogava uma final em plena 25ª rodada. Jorginho, tetracampeão mundial como jogador, conhece o detalhe. Robson dominou errado – ou driblou genialmente o goleiro americano? Fez 1×0. No segundo tempo, o Verdão recebeu pênalti. Zagueiro, Sabino bateu seu primeiro na carreira e ampliou. O América chutou a gol mais que o dobro de vezes, mas conseguiu apenas descontar.
Acabou sendo a vitória mais importante do acesso, contrariando os que acreditam ter sido o sofrido 1×0 diante dos já campeões do Bragantino. O América brigou até o fim pelo acesso, e, na última rodada, pressionou-se a bater o São Bento, enquanto o Coxa precisou apenas se garantir em Salvador, contra o Vitória.
Se o resultado daquele sábado 28 de setembro tivesse sido diferente, os objetivos da rodada final fatalmente teriam sido invertidos – bem como, provavelmente, os promovidos à elite.
Jorginho e Coritiba não chegaram a um acordo e o treinador não continuaria sob o comando do Coxa em 2020.
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O regresso: nova missão, personagens iguais…
Oito meses depois, com paralisação e tudo, Jorginho foi reconvocado por emergência. A missão é manter o Alviverde na elite. As armas e métodos, exceção do calor da torcida, são conhecidos.
Domingo, 30 de agosto de 2020. Jorginho volta às pranchetas no Alto da Glória. A partida contra o Sport valia para o outrora lanterna e zerado, uma noite tranquila, fora da zona.
Quando o jogo apontava para o antevisto 0x0, os personagens da vitória sobre o América-MG reapareceram. Robson recebeu frente a frente com o goleiro Maílson, por quem foi derrubado no limite da lateral da grande área. Raphael Claus não titubeou ao apontar a marca da cal.
O encarregado era Sabino, não mais novato nos pênaltis. Marcou em Athletiba, marcou na rodada anterior… e, com frieza, garantiu os três pontos no Alto da Glória.
A pergunta é…
Será Jorginho capaz de conduzir o Coxa a uma campanha estável na Série A, fugindo do rebaixamento?
É preciso recorrer a 2019 novamente. O jogo do Coritiba foi repleto de pormenores, e a falta do futebol ‘enchedor de olhos’ não foi contratempo para a conquista de vitórias cirúrgicas e eficientes.
Se, para alguns, o futebol ‘feio’ e pragmático de 2019 era opção do treinador, em 2020 esclareceu-se que era sobrevivência.
Duas vitórias no Brasileiro 2020: uma de Jorginho, outra de Mozart (auxiliar cuja experiência mais enriquecedora foi ao lado de Jorginho).
Se cada partida for decisão, à regência de quem conhece o contexto, o Coritiba espera lutar bravamente por seu principal objetivo. O torcedor não se importará se os fins, novamente, justificarem os meios.
O Coxa voltará a campo na quarta-feira, quando irá ao Rio de Janeiro enfrentar o Botafogo.